23.12.09

ser ou não ser.

eu ainda lembro da minha reação quando vi o vídeo. arrepiante.

um clássico. talvez clichê, mas ainda um clássico.






Ser ou não ser - eis a questão.


Será mais nobre sofrer na alma pedradas e flechadas do destino feroz, ou pegar-me em armas contra o mar de angústias - e, combatendo-o, dar-lhe fim?

Morrer; dormir; Só isso.
E com sono - dizem - extinguir dores do coração e as mil mazelas naturais a que a carne é sujeita; eis uma consumação ardentemente desejável.

Morrer - dormir - dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo! Os sonhos que hão de vir no sono da morte quando tivermos escapado ao tumulto vital nos obrigam a hesitar: e é essa reflexão que dá à desventura uma vida tão longa.

Pois quem suportaria o açoite e os insultos do mundo, a afronta do opressor, o desdém do orgulhoso, as pontadas do amor humilhado, as delongas da lei, a prepotência do mando e o achincalhe que o mérito paciente recebe dos inúteis, podendo ele próprio encontrar seu repouso com um simples punhal?

Quem agüentaria fardos gemendo e suando numa vida servil, senão porque o terror de alguma coisa após a morte - o país não descoberto, de cujos confins não voltou jamais nenhum viajante - nos confunde a vontade, nos faz preferir e suportar os males que já temos, a fugirmos para outros que desconhecemos?

E assim a reflexão faz todos nós covardes.
E assim o matiz natural da decisão se transforma no doentio pálido do
pensamento. E empreitadas de vigor e coragem, refletidas demais, saem de seu caminho, perdem o nome de ação.
(Hamlet, Ato III, cena 1)



e no fim das contas? ser ou não ser?

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