13.10.16

feriado.


Make yourself a priority once in a while. It’s not selfish. It’s necessary.
—  Karen A. Barquiran

      Feriado em plena quarta-feira e eu poderia dizer que é o meu dia oficial de ficar de pijama. Aquela blusa de moletom meio velha, absurdamente confortável. É quase a jaqueta amarela do primeiro dia, mas essa é laranja. Ganhei da minha avó, que já desencarnou há tantos anos. Continuo usando com orgulho. E hoje é um dia em que eu pretendo ostentá-la onde eu for. Afinal de contas, feriado no meio da semana você faz o quê? Não dá tempo de viajar. Isso serve pra todas as outras pessoas da cidade, ou seja, tudo fica absurdamente cheio. Ninguém trabalha e nem tem tempo de fugir.        

       E na vida a gente tem que fazer isso. Fazer o que estamos afim. Tá afim de passar o dia de pijama, atirado em algum lugar da casa? Faça! Quer colocar um terno pra comer no balcão da tua própria cozinha? Coloque! Faça aquilo que te faz bem na hora que achar que tem que fazer. Já fui muito criticado por ficar de calça jeans em casa, colocar tênis para ir ao banheiro. Eu não ligo mais não. Meu guarda-roupas está sempre em constante transformação e eu não sigo mais tendências de moda. Ah, a cor da estação é o verde? Eu não gosto de roupas verdes, eu sou daltônico, tenho uma tendência a usar cinza, preto, branco e azul. Não compro. "Ah, mas tá todo mundo usando", é? Paciência. Desde pequeno minha mãe me diz que eu não sou todo mundo. E não é que ela tinha razão? Vou continuar com o meu estilo, meu pijama em feriados e usando o que me faz bem. Às vezes a gente não vai sair, não vai fazer nada, mas quer se olhar no espelho e se sentir bem, bonito, elegante. Que mal tem nisso? O mal está em quem critica. Que entre por um ouvido e saia pelo outro. 

    Daí feriados às quartas-feiras se tornam os dias oficiais do meu pijama. Vou ao mercado, na padaria e vou passando o dia, até me dar um estalo. Corro pro banho e coloco uma das minhas melhores roupas e me atiro no sofá. Você pode pensar, mas porquê isso? Simples, há momentos em que eu paro e penso: Porque usar a minha melhor roupa pelo outro? Ou em uma ocasião especial? Não! Vou usar por mim. Cansei de ficar com aquela camisa guardada esperando um jantar que às vezes nem chega. Aí você emagrece, engorda, a camisa não serve mais e você doa. E ficou lá, no teu armário, com a etiqueta pendurada. Cansei. Mas não hoje. Hoje eu decidi figurar com meu moletom laranja, largo, provavelmente 2 números maiores que o meu. E bato no peito com o maior orgulho, ninguém tira meu conforto de mim. É quase uma armadura de estima por mim mesmo. Então esqueça um pouco as regras e se gostou, use, porque eu vou. Hoje eu só quero saber do meu moletom laranja.     

c.e.

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