12.1.10

petit prince.





"- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.
E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo... "



ahhh mas o campo de trigo...

7.1.10

entre músicas, palavras e um amor.

eu fico pensando sobre algumas bandas que muita gente não conhece. depois fico pensando nas bandas que eu não conheco e nas músicas. sempre tem alguma coisa tocando no meu itunes e às vezes você tá no meio daquela agitação. como hoje. um dia quase atípico e então você para. escuta. reflete. absorve a letra como uma esponja absorve a água e o sabão. mas você não consegue se apertar o suficiente pra fazer tudo sair. bom, eu pelo menos não consigo. vou absorvendo aos poucos e pensando. meu estado civil? livre. acho que nem eu mesmo sei. minhas ruas não tem mais nomes. mas a música continua ali tocando. e eu continuo parado absorvendo cada uma das palavras, mesmo que elas não tenham sentido algum. algo em mim está lendo essas letras e bolando uma coisa nova e só minha. talvez seja isso. talvez seja só meu. bingo! mas a lâmpada apagou antes que eu pudesse olhar pra cima e entender o que era só meu. vou continuar escutando a música e ruminando os velhos mesmos problemas. mudam de personalidade e de pessoa. eles exalam de mim como se eu fosse um incenso indiano num templo qualquer. mas a música parece que não acaba, mesmo tendo mudado. é como um disco riscado dentro de mim. e enquanto minhas palavras se renovam, minha vida também segue o mesmo rumo. e eu sei que em breve, muito em breve comparado ao tempo que eu já esperei, as coisas irão simplesmente começar a trilhar o caminho novo. eu tenho minhas próprias esperanças e crenças. eu tenho aquele lance de onde eu quero estar, com quem e porquê. a questão é fazer isso tudo sair do chão e entrar no mundo paralelo dos sonhos que se tornam realidade. acho que a música fala disso. poderia prestar atenção e descobrir que ali está a chave para tudo o que eu preciso agora ou posso simplesmente ignorar que já se passaram 3 músicas desde o início do post. interrompido para dar respostas que queimam antes do enter. dessa vez a música tem nome. talvez eu saiba a rua em que eu estou. metaforicamente falando. 'conversations' é a da vez. junto com o sinal de adição, conversação é a chave pra mim que abre todas as portas de um relacionamento duradouro. seja com teus pais, irmãos, amantes ou amigos. who cares? eu me pergunto. ainda sabendo que meu inglês para um pouco depois disso. convivência, você sabe. tem colocado essas palavras no meu cotidiano. que reviravolta não? e tudo com uma música. que eu já nem lembro mais qual era. então a gente pensa em todos os caminhos. engraçado quando as pessoas não tem fé em você mesmo. eu não ligo. eu sei do que eu sou capaz. só preciso de uma coisa, alguém pra me dizer: venha. ou vamos. mas se me falar: vá. então o abismo abre nos meus pés. eu fico estático. dividido. olho para todos os lados procurando uma direção. nessa hora a música vai parar. a letra vai sumir. as palavras que eu procurei também. tudo vai mudar. mas eu sei que isso nunca irá acontecer. eu sei o caminho que eu preciso seguir. e sei todas as respostas que eu preciso agora. só esperar a música parar, a chuva terminar de querer levar meu carro estacionado embora com a enchurrada e ver em qual direção, que porta vai abrir. pra mim e pra você. juntos. depois eu penso que música, afinal, tava tocando.


c ya.

5.1.10

porque eu te vejo assim.



"... tenho uma admiração muito grande por você. não sei explicar o porquê, mas sempre que enfrento uma situação mais séria, sinto necessidade de sua presença. o simples fato de senti-la perto de mim, me faz sentir mais seguro, mais firme, mais eu. quando você não está por perto, mesmo que hajam dezenas de pessoas à minha volta, sinto-me só, e nada mem importa. e quando você está junto de mim, sinto que sou invencível. por isso, sempre que tenho que tomar uma decisão importante, peço que a chamem. se isso a incomoda, desculpe-me. não posso prometer que não o farei mais, pois preciso disso. e não me sinto diminuído ao dizer-lhe isso."

alberto pierro - poeiras de branco, págs 62 e 63.

4.1.10

por não estarem distraídos.

Por Não Estarem Distraídos
de Clarice Lispector

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.
Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração.
Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto.
No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram.
Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios.
Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.








tem melhor forma de começar um ano? não.

feliz 2010.