16.10.13

como a água.




Às vezes eu tento entender essa necessidade de escrever que eu tenho. Assim que paro a leitura de um livro, minha cabeça eclode em formas e textos literários que ficam tentando se juntar para formar qualquer coisa. Um conto, um livro, um romance qualquer. Nunca escondi de ninguém que havia, ou há, dentro de mim, essa ideia latente de querer ser um escritor um dia, mas tenho distúrbios e déficit de atenção demais para me concentrar em uma história e conseguir colocá-la no papel de forma coerente. Tenho receio de que começarei com a história de uma pessoa que conhece outra e no final ela já namorou outras 3, viajou, mudou de emprego uma dúzia de vezes, fez uns 10 cursos e agora trabalha em um zoologico em algum lugar remoto da África, mas tudo sem um pouco de emoção.

Talvez seja até um reflexo do que eu quero para a minha vida, essa coisa despretenciosa de mudar de rumos sempre, fazer coisas diferentes e ser uma pessoa diferente em diversas situações. Não consigo me enquadrar em papeis pré-moldados, em peças de teatro ensaiadas na vida real. Eu me sinto um plural de ideias e informações, sempre em busca de algo novo e intrigante. É como se para me manter vivo, eu precisasse estar em constante movimento. Criativo ou não, mas me movimentando sem parar, de um lado a outro.

Um dia, quem sabe, eu consiga parar e escrever a história do garoto que fez tudo o que eu não fiz e gostaria. Quem sabe um dia eu também não me torne ele, ou faça um livro, ou plante uma árvore (já fiz isso na época de escola, mas não é a mesma coisa de ter uma no quintal de casa) e tenha um filho.

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