7.2.09

Bem-vindo a Barcelona.

Barcelona. Era exatamente esse o lugar da entrada e da saída. Mas isso poderia ser mais de uma vez. Era o caso. Estou sentado no aeroporto de Barcelona, capital da Cataluña, España. Setor de embarque M4 entre as portas 40 e 45 esperando me avisarem qual é a porta em que eu devo embarcar em um vôo que me levará para Milano. Outra cidade nova. Outros tantos de sensações. Talvez alguma despedida com ou sem graça. Mas eu quero falar do presente e do passado, aquele que ficou mas que está perto demais. Meu passado presente: Barcelona.

Cheguei no dia 31 de janeiro, por volta de 13h30min aproximadamente depois do vôo ter atrasado. Na verdade eu acho que vou voltar um pouco as coisas. Vou comecar pelo aeroporto de São Paulo. Pela ansiedade de entrar em um país europeu pela primeira vez e toda aquela áurea e ditos e conselhos e cuidados sobre as pessoas que estavam sendo barradas no aeroporto Barajas em Madrid. Pânico, claro. Ao fazer o check-in perguntei informações sobre minha conexão em Madrid, se estaria bem sinalizada e etc. Afinal de contas, caso quem esteja lendo não saiba, eu tenho certos pânicos e um deles eh chegar atrasado e perder horas e vôos. Então eu em muitas coisas sou um pouco metódico e precavido. Ok, as vezes passo um pouco desse limite racional. Voltando ao check-in eu fui informado que estaria bem sinalizado mas que eu deveria prestar muita atenção uma vez que a imigração ficava para a esquerda, mas que eu NÂO PODERIA (o funcionário falou exatamente assim) EM HIPÓTESE ALGUMA passar pela imigração em Barajas uma vez que eu não poderia sair da área de embarque, afinal de contas eu nem com a mala deveria me preocupar, ela já estava sendo etiquetada diretamente a Barcelona. Senti aquilo como uma primeira vitória. Contra mim e contra todos os que achavam, tinha certeza, desejavam ou só brincavam que eu iria ser barrado. Entendi completamente todas as indicações e fui direto para a área de embarque claro que sempre dentro de uma certa preocupação. No fim das contas o vôo saiu com um atraso de 1 hora e eu nem percebi. Tudo estava indo relativamente bem. Apenas esqueci de mencionar o fato de que havia reservado o assento com o mesmo número da minha tatuagem e na hora de olhar o cartão de embarque eu pude perceber que estava uma poltrona atrás e no corredor. Para quem já estava encarando diversas sensações e idéias novas, talvez fugir um pouco da regra da janela fosse uma boa conduta.

Agora sim, cheguei no dia 31 de janeiro, por volta das 13h30min e já um pouco atrasado para pegar o próximo vôo que saia em torno de 14h10, algo assim. O vôo havia sido algo nada tranquilo, com turbulência em todas as horas que estava para dormir, e daquelas que o piloto vai ao microfone e manda apertar os cintos, então acredite em mim. Não foi nada tranquilo. Nas primeiras 3 ou 4 horas eu conheci uma brasileira simpaticíssima, que aliás só foi possível exatamente pelo fato deu estar sentado no corredor e ela também porque não gosta de viajar na janela. Dei risada, ouvi música, fiquei totalmente entediado e sobrevivi as 10 horas de vôo. A única parte legal era que o único assento vazio do avião era justamente o do meu lado e que eu dividia com uma portuguesa que as vezes se esticava para tentar dormir. Foi o único momento em que eu realmente dormir, algo em torno de 3 horas, foi quando eu pude me esticar de forma agradável em duas poltronas e apaguei. Voltando ao aeroporto de Barajas, cheguei obviamente com o cú na mão, afinal de contas eu não tinha certeza se passaria ou não na imigração em Madrid. Na hora de descer, tive que atravessar uma área plana e vazia do aeroporto que já demorei 15 minutos no total só de esteiras rolantes, depois 5 minutos de fila para passar em detector de metais (abro parêntesis para dizer que aqui na europa não é simplesmente passar as coisas que traz consigo no dector e pronto. você precisa tirar todas as jaquetas que usa, relógio, sapatos e etc. por sorte não precisava porque era tênis, ou seja sem metal) e depois mais alguns minutos para conseguir chegar até a área de embarque, que obviamente já havia sido iniciado, mas foi tudo tranquilo. digamos que tranquilo demais, claro que apesar de todo o estresse que eu passava já naturalmente. Sentei na poltrona e já nem me importava mais qual era. Corredor de novo em um avião com apenas 6 poltronas de largura. Pequeno mas absurdamente vazio. Do meu lado, e isso agradeço de novo ao fato de não ter me sentado na janela, conheci uma mulher da Republica Dominicana que era casada com um espanhol e morava em Barcelona, ou perto, não lembro e que tinha uma das crianças mais bonitas que eu já ví na vida. Loiro de olhos azuis. Era encantador apesar deu não gostar de crianças ali eu teria adotado com o maior prazer. O choro de manha inclusive foi algo que me fez sorrir. Conversamos durante um determinado tempo e a deixei curtir a criança que provavelmente já não deveria mais aguentar tantas horas de vôo, afinal também estava vindo, assim como todos os que estavam no vôo, da América Latina. Conversei também com a senhora que sentava na poltrona da janela e que era da Colômbia ou Venezuela, algo assim e que me disse para ter cuidado em Barcelona no metrô que lhe haviam roubado a carteira por um espaço minúsculo dentro do vagão. Ok, todos os recados anotados.

Cheguei. Cansado. Saco cheio. Já estava quase a 20 horas viajando e aquilo estava me matando. Fui pegar a mala. Surpresa, ela não conseguiu fazer a conexão expressa que eu fiz. Fui fazer o aviso de extravio de bagagem. Uma hora de fila porque isso afetou todas as pessoas que vinham de São Paulo e fizeram conexão. Ok ótimo começo!

Bem-vindo a Barcelona!

Nenhum comentário: